segunda-feira, 16 de março de 2015

Empatia: Um sentimento publicitário.


     Com toda certeza, você já se deparou com um comercial ou outra peça publicitária que mais lhe transmitisse emoção do que lhe fizesse comprar algo ou adotar uma ideologia. A Publicidade sempre usa dos sentimentos da alegria, desejo, sensação de poder para alcançar seus objetivos, mas quando usa o amor, a compaixão ou a superação, tendemos a nós emocionar; o motivo se chama empatia. 
     A empatia é a capacidade de se colocar no lugar de outro, não que não possamos sentir empatia em momentos de felicidade, mas este sentimento se torna maior quando o outro passa por dificuldades já que nosso cérebro tende a antecipar ameaças pelas experiências das pessoas em nossa volta. Outro detalhe é que quando mais próximo a pessoa, mais empatia podemos sentir, já que temos além do instinto de autodefesa, o “instinto de preservação de manada”. Protegemos nosso grupo social, pois dependemos deles para conseguir desenvolver tarefas e principalmente nos relacionar e manter laços afetivos.
    Quando o indivíduo que sentimos empatia é um desconhecido, buscamos conexões para aproximá-lo de nós, exemplos: mesma profissão, classe social, pessoas conhecidas com mesmo problema, qualidades ou defeitos parecidos com os nossos.
     Olhar o mundo pela perspectiva do outro, permite entender suas necessidades, emoções e problemas, e assim, facilita compreender suas ações e concordar com tais. Essa virtude também depende do afastar do “EU”, esquecer todas as razões e sentimentos pessoais e se concentrar apenas na ótica do outro. Separei três comercias onde a empatia foi bem trabalhada:


   No comercial espanhol: “Hair-Associação AFANOC pelas crianças com câncer”, ganhador do Cannes em 2007, temos uma criança que corta seu cabelo e presenteia seu irmão, ele como gesto de partilha entrega seu boné. A frase “Não lhe pedimos mais do que nos pode dar” finaliza a peça e traz a reflexão de que apenas no gesto de doar cabelo, já estamos diminuindo a dor de uma pessoa com câncer.

    Em “Graffiti-Pfizer”, comercial de empresa farmacêutica, vemos no início o que aparentemente é um vandalismo, no final se transformar em um gesto motivação a uma criança doente. A iluminação e a música começa tensa, mas muda no momento que o garoto leva as flores para o quarto, abre a janela e vemos que na verdade o que ele escreveu na parede foi uma frase de estímulo: “Seja Valente”. O uso de crianças é bem comum neste tipo de comercial, já que sentimos mais empatia por pessoas que ainda tem “muito para viver” ou que são “o nosso futuro”.
     No último comercial, “Embrace Life: A new online ad with a twist”, a agência SSRP, criou um anúncio sobre a importância do uso de sinto de segurança de uma forma diferente da convencional; o uso da emoção mas sem a violência e a abordagem chocante comum para este tipo de vídeo.


     A propaganda mostra que quando você sofre um acidente, quem perde mais é a sua família, então ao usar o cinto (que neste comercial foi muito bem construído como sendo esposa e filha), você está se protegendo por eles. Novamente o núcleo familiar é usado para transmitir empatia, já que como forma de relacionamento primário, muitas vezes protegê-los é mais importante que nós proteger.

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